Por
Aleone Higidio
A
Casa do Patrimônio de Ouro Preto-MG, em parceria com a AsBAI – Associação
Brasileira de Arquitetos de Iluminação, realizou no dia 21 de setembro Roteiros
Sensoriais durante o Encontro
Ibero-americano de Lighting Design - 2016. Os roteiros foram as primeiras
atividades do evento. Cada participante recebeu, no credenciamento, um “kit
sensorial”, com espelho, vendas e protetor auricular. Após a abertura do
evento, que ocorreu às 16h30, os participantes receberam um comando, via
aplicativo de celular, para seguir em direção a um ponto específico da cidade
de onde partiriam os roteiros.
Para
que todos pudessem vivenciar a cidade por uma perspectiva diferenciada, os
quase 280 participantes foram divididos em 14 grupos de até 20 pessoas. Sete
deles saíram dos locais de encontro às 17h15 e os outros sete às 18h45. Nesses
pontos, dois mediadores, um do “Programa Sentidos Urbanos: patrimônio e
cidadania” e um aluno colaborador do curso de Arquitetura da Universidade
Federal de Ouro Preto (UFOP), receberam os grupos com jogos de apresentação, atividades
de observação e percepção da paisagem.
A
articulação e planejamento dos sete novos Roteiros Sensoriais, que durou dois
meses e foram criados especificamente para o Encontro, possibilitaram
experiências diferenciadas a todos os participantes. Eles puderam, no primeiro
dia da primavera, vivenciar o cotidiano da cidade de Ouro Preto, explorando
seus cheiros, cores, sons, temperaturas e movimentos. Os horários escolhidos - um
ao fim da tarde e, outro, início da noite - fizeram com que as experiências
sensoriais contribuíssem ainda mais para o campo de atuação dos profissionais,
em sua maioria, arquitetos de iluminação.
Ao
final do EILD, foi feita, em três idiomas, a seguinte pergunta aos
participantes: “o que você leva desta experiência?”. Paulo Torniziello, um dos
que fizeram os Roteiros Sensoriais, afirmou que “a arquitetura é possível a ver
e sentir de formas não convencionais”. Para ele, é preciso desenvolver nossos
sentidos e essa prática se iniciou a com a experiência do roteiro.
Rita
Perrella, outra participante do Encontro Ibero-americano de Lighting Design,
acredita que a percepção visual não é limite para o ser humano e que a
experiência abriu acesso a novos sentidos como olfato e audição. “Não ouvir nos
remete a escutar o que normalmente não escutamos em tom alto nosso próprio
passo. Nossa respiração e nosso olfato se abrem para sentir a natureza”,
afirma. Para ela, a atividade proposta pelos mediadores de enxergar através do
espelho a fez perceber o quanto de informação perdemos ao longo do dia quando
não olhamos com a visão apurada para o próximo, paisagem ou edificação.
Vinícius
Malaco, que também fez o Roteiro Sensorial durante o EILD, afirma que a
experiência foi inesquecível por instigá-lo a perceber a cidade por outros
sentidos. “Não consegui expressar minha gratidão e admiração pela experiência
inesquecível e essencial com outros sentidos que toda a equipe proporcionou.
Fico muito feliz em tê-los conhecido”, diz.
Para a coordenadora
executiva do Sentidos Urbanos e historiadora responsável pela Casa do
Patrimônio de Ouro Preto, Simone Monteiro Silvestre Fernandes, a participação
do Sentidos Urbanos no Encontro “foi um desafio, pois saímos de nossa zona de
conforto, para planejarmos essa atividade para um grupo tão grande; assustador,
pois, para muitos dos participantes, esse seria o primeiro contato com a
cidade, e um grande prazer em poder participar de um evento, cujo os roteiros
deram o tom dos trabalhos realizados.”
Fotos: Thamira Bastos
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